Quando pensamos em fazer uma dieta lembramos logo do metabolismo e quando estamos acima do peso, a culpa é sempre dele. Porém o metabolismo não só tem função na perca de peso, mas em muitas outras coisas como: regular a velocidade e forma como vários processos acontecem em nosso corpo, desde a absorção de vitaminas até o amadurecimento e reprodução celular. Aqui segue algumas respostas para as principais dúvidas sobre o assunto.
Como o metabolismo auxilia na manutenção do peso?
É responsabilidade do metabolismo os processos de síntese e degradação de nutrientes na célula, fazendo com que a célula cresça e se reproduza. Portanto, a regulação do peso corporal vai depender da qualidade e velocidade do metabolismo, que vai regular o aproveitamento de nutrientes como fonte de energia tanto para ser gasta como para ser armazenada.
Com o passar dos anos o metabolismo muda?
O metabolismo pode mudar em várias situações como, por exemplo, a atividade física. Quem faz exercícios acelera o metabolismo e o sedentarismo faz ele ficar mais lento. No envelhecimento tendemos a reduzir a taxa de metabolismo, o organismo economiza mais. Daí, as pessoas podem comer da mesma forma, mas a redução das funções digestivas acaba dificultando a retirada de nutrientes dos alimentos.
Há alimentos que podem acelerar o metabolismo?
Seria muito bom se pudéssemos dizer que existem alimentos que aceleram o metabolismo, mas essa informação ainda não é verdadeira, não foi confirmada. Estudos em animais mostram que alguns alimentos podem queimar calorias levemente. Porém o resultado em humanos não foi satisfatório (infelizmente).
Há remédios que possam acelerar ou diminuir o metabolismo?
Sim. Esses remédios são indicados para as pessoas que possuem alterações da glândula tireóide (hipertireoidismo e hipotireoidismo). O tratamento adequado das duas alterações irá regular o metabolismo, buscando um ponto de equilíbrio.
Podemos saber quanto gasta o nosso metabolismo?
Há cálculos que podem prever o gasto energético de um indivíduo baseado em seu peso, sexo e altura. No entanto esta não é a medida do metabolismo, e sim, uma estimativa da taxa metabólica esperada para cada pessoa. Existem métodos laboratoriais, como a calorimetria indireta, que pode fazer uma avaliação individualizada.
Podemos acelerar o metabolismo de forma natural? É verdade que a musculação pode ajudar?
A grande usina produtora de calor e energia das nossas células são as mitocôndrias, que estão presente em quase todas as células. Os exercícios físicos não só consomem energia, como também, fazem com que as mitocôndrias se multipliquem dentro das células. Esta é a forma mais adequada e natural de tornar o metabolismo mais acelerado. Em função deste aumento de mitocôndrias dentro das células musculares, há um melhor condicionamento físico para o exercício, e também, um gasto de energia maior mesmo em repouso. Assim , podemos dizer que com a musculação desenvolvemos uma musculatura apta a gastar mais energia tanto durante o exercício quanto no repouso.
Remédios para emagrecer desregulam o metabolismo?
No passado, utilizou-se os chamados: aceleradores do metabolismo. O erro mais absurdo foi, e ainda é, a utilização de doses elevadas do hormônio tiroidiano isoladamente, ou ainda pior, em conjunto com “fórmulas emagrecedoras” para promover perda de peso. Os problemas de arritmia cardíaca, alterações de comportamento como ansiedade e insônia são o reflexo da aceleração metabólica acompanhada de um estado de hipertireoidismo. Sem dúvidas, emagrecer deixando o corpo doente não vale a pena. Outros medicamentos termogênicos (produtores de calor) já foram utilizados no passado. Os pacientes emagreciam às custas de uma febre constante, perdiam a massa muscular e alguns desenvolveram alterações neurológicas e catarata. Outros medicamentos mais benignos são a efedrina presente no próprio café e as catequinas, presentes no chá verde com efeitos colaterais mínimos, mas com efeito emagrecedor igualmente de pequena magnitude.
Referências:
ENDOCRINOLOGISTA ESCLARECE OS PRINCIPAIS MITOS SOBRE O METABOLISMO (respostas dadas pelo endocrinologista Bruno Geloneze, vice presidente do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)
http://www.oglobo.com.br/
